02 maio 2011

OIM: ajuda humanitária tem dificuldade para chegar ao porto de Misrata

02/05/2011

Missões de paz encontram dificuldades para entrar em Misrata

Desde 9h (horário local) de sábado, um navio da OIM aguarda na entrada do porto, que está sendo bombardeado de forma intermitente pelas forças de Khadafi

Redação ÉPOCA, com Agência EFE

O porta-voz da Organização Internacional das Migrações (OIM), Jean-Philippe Chauzy, afirmou nesta segunda-feira (2) que as missões de ajuda humanitária encontram dificuldades a mais de dois dias para conseguir chegar ao porto de Misrata, no norte da Líbia. Segundo Chauzy, está difícil atender aos refugiados e retirar feridos da cidade devido ao aumento da violência promovida principalmente pelas tropas leais do ditador líbio Muammar Khadafi.

Desde 9h (horário local) de sábado, um navio da OIM aguarda na entrada do porto, que está sendo bombardeado de forma intermitente pelas forças de Khadafi com mísseis e foguetes de morteiro. Por ser um importante local de escoamento de petróleo, insurgentes e governistas batalham há semanas pelo controle do porto.

"Estamos esperando que nos deem sinal verde a partir da Otan (encarregada de escoltar os navios) para entrar no porto de Misrata", disse o porta-voz, ao explicar que a OIM precisa ter segurança para entregar ajuda e embarcar as 1 mil pessoas que aguardam para deixar a região.

Nesta segunda, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou que embarcações especializadas em rastrear minas marinhas estavam vasculhando a entrada do porto para tentar encontrar uma mina colocada por navios do ditador na semana passada como forma de evitar a entrada de navios estrangeiros.

As minas foram identificadas por navios sem os equipamentos técnicos necessários para desmanchá-las. Tratam-se de artefatos pequenos e difíceis de detectar, embora sejam capazes de causar "sérios prejuízos" às embarcações, como indicou um comunicado do quartel da Otan em Nápoles, a partir do qual se dirigem as operações na Líbia.

O navio da OIM leva a bordo 180 toneladas de provisões de primeira necessidade e pretende retirar de Misrata imigrantes estrangeiros e cidadãos líbios, majoritariamente civis com ferimentos graves que precisam de tratamento médico, afirmou Chauzy. Mas, até o momento, a embarcação está com bastante dificuldade para se aproximar do porto e ajudar os civis.

A Otan lembrou que a colocação de minas no porto de Misrata representa "uma clara tentativa" do regime de Muammar Kadafi de tentar impedir a entrada de navios com ajuda humanitária à cidade, sitiada há mais de dois meses. Apesar disso, dois navios deixaram o porto de Misrata no fim de semana e outro conseguiu descarregar ajuda humanitária.

O Conselho Nacional Transitório (CNT), principal órgão diretor dos rebeldes em Benghazi, condenou em comunicado as tentativas das tropas de Kadafi de interromper as provisões humanitárias a Misrata.

"O regime de Khadafi bombardeia o porto de Misrata e disseminou minas nas águas para evitar a entrega da ajuda humanitária a civis inocentes", diz um comunicado do porta-voz do CNT, Abdel Hafid Ghoga. Na sexta, o governo de Trípoli anunciou que atacaria qualquer navio que tentasse se aproximar do porto.

Navios estão registrando as águas no entorno de Misrata para localizar e destruir a última bomba, assim como para detectar qualquer possível nova ameaça à navegação.

LH

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