23 de novembro de 2011
De Notícias Terra
Roger Pereira
Direto de Curitiba
Após anunciar as 90 instituições avaliadas como as que possuem os cursos de Direito de melhor qualidade do País, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, defendeu a importância de trabalhar pela qualidade da educação superior. "Nosso objetivo não é medir os cursos jurídicos, mas está em nosso estatuto o dever de lutar pela qualidade do ensino e temos a obrigação de, a partir de nossos mecanismos, apontar para o cidadão brasileiro, quais os cursos, a nosso ver, estão oferecendo um ensino de qualidade", disse durante evento em Curitiba (PR), nesta quarta-feira.
O anúncio das instituições recomendadas pela Selo OAB foi feito um dia após Cavalcante criticar os critérios do Ministério da Educação (MEC) para a abertura de novos cursos que, segundo ele, visam apenas aumentar o número de estudantes de nível superior no Brasil, "para melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), mas sem se preocupar com a qualidade."
Nesta edição do selo, apenas 7,4% dos 1.210 cursos de Direito existentes no Brasil foram recomendados pela OAB. A avaliação da entidade leva em conta o desempenho dos egressos no Exame da Ordem e as notas das faculdades no Exame Nacional de Desempenho Estudantil (Enade).
Para receber o selo, além de ter uma nota superior a 5, num universo que pode ir até 7,5, os cursos têm que ter participado dos três últimos exames de ordem com mais de 20 candidatos em cada e não ter nenhum parecer contrário da Comissão Nacional de Educação Judiciária da OAB e do MEC. Apenas os cursos que cumpriram esses últimos critérios foram avaliados, o que reduziu dos 1.210 para 791 as instituições de ensino que receberam nota. Segundo os cálculos da OAB, o aproveitamento dos cursos avaliados variou de 1,37% a 68,54%.
O índice de aprovação é o menor das quatro edições do selo, que teve como melhor índice os 15% da primeira edição, em 2001. Na última edição, em 2007, com 200 cursos a menos que neste ano, foram 87 instituições recomentados. Neste ano, dois Estados, Acre e Mato Grosso, não tiveram um único curso aprovado pela OAB.
"De 2001 para cá, em 10 anos, o número de cursos de direito quase quadriplicou, mas o número de cursos recomendados ainda nem dobrou (foram 57 em 2001). Isso mostra que estão surgindo vários novos cursos sem critérios de qualidade", disse o presidente da Comissão de Educação da OAB, Rodolfo Hans Geller. "Já recomendamos ao MEC que não é necessária a abertura de novos cursos, mas, ao contrário, eles seguem autorizando. Está parecendo o que acontecia nas comunicações antes, que davam uma concessão de TV para o político que não se elegia. Agora estão dando autorização para curso jurídico", criticou.
Clique aqui para acessar esta matéria no site do Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário