Data: 06/06/2012
Servidores
realizam Marcha histórica na Esplanada dos Ministérios
Mais de 15
mil servidores, de todos os cantos do país, percorreram na manhã desta
terça-feira (5) a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Em alguns
momentos, a Marcha ocupava três faixas e toda a extensão da avenida. Nos
discursos realizados durante a manifestação, foi unânime a posição de que ela
mostrou a unidade dos servidores e foi o prenúncio de uma das maiores greves a
ser realizada no serviço público.
A
criatividade e as demonstrações de alegria dos manifestantes emocionaram os
palestrantes. “A Marcha está linda. As categorias responderam o chamado
das entidades e estamos todos aqui. E, a partir do dia 11, nós, técnicos-administrativos
das universidades, vamos nos juntar aos professores e estudantes em greve e
faremos uma das maiores greves do setor da educação nessa país”, afirmou uma
das coordenadora geral da Fasubra, Janine Teixeira.
“Os
servidores estão dando uma resposta à altura à forma equivocada como o governo
está respondendo à crise internacional, preferindo tirar recursos da saúde,
educação e do serviço público ao mesmo tempo em que concede desonerações
fiscais para setores do empresariado”, afirmou o representante da Central Única
dos Trabalhadores (CUT), Pedro Armengol. “Buscamos o diálogo e a negociação,
mas o governo responde com desrespeito. Não vamos aceitar passivamente essa
política. Não vamos aceitar que o factoide da despesa com pessoal seja
massificado para a população como o grande problema do país”, completou.
O presidente
do PSTU, José Maria, saudou os servidores “que lutam para mudar a política
econômica do país” e em especial ao ANDES-SN, “que já está em greve”. José
Maria argumentou que o mesmo governo que diz não ter recursos para investir em
educação e saúde e para valorizar seus servidores, “baixou um pacote com
incentivos fiscais para um dos setores mais rentáveis, que são as montadoras de
automóveis. Só em 2011, segundo o Tribunal de Contas da União, deixou-se de
arrecadar R$ 187 bilhões, sendo que foram cortados R$ 170 bilhões da saúde e da
educação”, criticou.
O
representante da CSP-Conlutas, Paulo Barela, lembrou que só este ano foram oito
reuniões dos servidores com o governo que não avançaram uma vírgula. “Os
docentes das instituições federais de ensino já encheram o saco e entraram em greve. E se até o final
de junho a posição governista continuar a mesma, 90% dos serviços públicos federais
irão parar”, advertiu.
Até deputados
da base do governo se fizeram presente para mostrar solidariedade ao governo.
“Não podia deixar de vir aqui e afirmar a minha insatisfação com o processo de
negociação do governo com os servidores” afirmou a deputado Érica Kokay
(PT/DF). Ela também responsabilizou o ministério do Planejamento e do Palácio
do Planalto pelas greves no serviço público. A deputada Jandira Feghali
(PCdoB/RJ) também participou da Marcha e saldou os servidores pela greve que
estão construindo. "Vocês estão de parabéns pela vigorosa manifestação que
organizaram hoje", elogiou.
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