18 março 2014


PARA ESTUDAR, E NÃO PARA MORRER NA RODOVIA
Perdemos nossa aluna num acidente de trânsito à noite, quando saía do Campus depois de assistir às aulas

Prezadas e prezados colegas e alunos,
Estou no final do meu afastamento mas pude acompanhar, por e-mail, as manifestações de preocupação a respeito das atuais condições viárias de acesso e saída do Campus Jatobá. Trata-se de uma situação que nos deixa a todas e a todos com muita apreensão e temor.
Trata-se mesmo de uma morte anunciada. Isso não pode ficar assim.  Grande parte de nossas alunas e alunos, além do pessoal técnico administrativo, utiliza de motos para o seu deslocamento, o que os torna mais vulneráveis, ainda mais à noite quando funcionam vários cursos, inclusive o da querida Josi, o nosso curso de Direito. Nossas alunas e alunos devem ir ao campus para assistir aulas, para realizar trabalhos acadêmicos, para ir à biblioteca, para estudar, E NÃO PARA MORRER! É para isso que eles devem ir à universidade, PARA ESTUDAR, E NÃO PARA MORRER NA RODOVIA!!!!. Desculpem o tom de desabafo.
A Universidade com certeza não vai ficar indiferente a essa morte. Aliás, acabo de ingressar no site do campus na internet e vi a nota de pesar.  Aqui vai uma pergunta simples: por que a nota diz apenas que houve o falecimento mas não menciona as suas circunstâncias? Li os expedientes da direção da Unidade junto ao DNIT solicitando providências para o caso das condições viárias de aceso e saída da Unidade Jatobá, e li também as respostas do órgão viário federal, dizendo que isso não pode, que aquilo não tem como... Então, repito a pergunta: porque a nota do CAJ na internet não anuncia também que perdemos a nossa aluna num acidente de trânsito à noite, quando saía do Campus depois de assistir às aulas??? Creio que a divulgação dessa informação na nota seja o mínimo para chamar a atenção para o problema e para se fazer jus à memória de uma mulher que, depois de trabalhar todo o dia e assistir aulas à noite, voltava para casa sonhando reencontrar seu filhinho, quando teve a vida violentamente ceifada.
Sei que expresso o desejo de todas e de todos, de QUE NÃO HAJA MAIS NENHUMA MORTE ANUNCIADA À SAÍDA DO CAMPUS DA UFG. Se há um sentido na morte da Josi (um preço desnecessário a pagar, uma vez que o risco já era previsto e a proposta de solução oferecida), que seja o de impedir que outras perdas venham a ocorrer. Aliás, aproveito aqui para deixar a minha sugestão de se levar o caso ao Ministério Público Federal, a fim de exigir uma solução junto ao DNIT, se é que tal providência ainda não foi adotada pela direção do campus.
Fica aqui a minha dor, como mulher e como sua professora, e a minha solidariedade a todos os seus familiares, em especial ao pequenino Luís Sérgio, que deverá contar com o apoio de todas e de todos os que com a sua mãe conviveram e aprenderam a admirar e respeitar.
Que vá em paz, querida Josi.
Professora Dda. Rosane Lacerda.
Curso de Direito, Campus Jataí da UFG

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