PARA
ESTUDAR, E NÃO PARA MORRER NA RODOVIA
Perdemos
nossa aluna num acidente de trânsito à noite, quando saía do Campus depois de
assistir às aulas
Prezadas e
prezados colegas e alunos,
Estou no
final do meu afastamento mas pude acompanhar, por e-mail, as manifestações de
preocupação a respeito das atuais condições viárias de acesso e saída do Campus
Jatobá. Trata-se de uma situação que nos deixa a todas e a todos com muita
apreensão e temor.
Trata-se mesmo de uma morte anunciada. Isso não pode ficar
assim. Grande parte de nossas alunas e alunos, além
do pessoal técnico administrativo, utiliza de motos para o seu deslocamento, o
que os torna mais vulneráveis, ainda mais à noite quando funcionam vários
cursos, inclusive o da querida Josi, o nosso curso de Direito. Nossas alunas e alunos
devem ir ao campus para assistir aulas, para realizar trabalhos acadêmicos, para
ir à biblioteca, para estudar, E NÃO PARA MORRER! É para isso que eles devem ir
à universidade, PARA ESTUDAR, E NÃO PARA MORRER NA RODOVIA!!!!. Desculpem o tom de desabafo.
A
Universidade com certeza não vai ficar indiferente a essa morte. Aliás, acabo
de ingressar no site do campus na internet e vi a nota de pesar. Aqui vai
uma pergunta simples: por que a nota diz apenas que houve o falecimento mas não
menciona as suas circunstâncias? Li os expedientes da direção da Unidade junto
ao DNIT solicitando providências para o caso das condições viárias de aceso e
saída da Unidade Jatobá, e li também as respostas do órgão viário federal,
dizendo que isso não pode, que aquilo não tem como... Então, repito a pergunta:
porque a nota do CAJ na internet não anuncia também que perdemos a nossa aluna num acidente de trânsito à noite, quando saía do
Campus depois de assistir às aulas??? Creio que a divulgação dessa
informação na nota seja o mínimo para chamar a atenção para o problema e para se fazer jus à memória de uma mulher que,
depois de trabalhar todo o dia e assistir aulas à noite, voltava para casa
sonhando reencontrar seu filhinho, quando teve a vida violentamente ceifada.
Sei que
expresso o desejo de todas e de todos, de QUE NÃO HAJA MAIS NENHUMA MORTE
ANUNCIADA À SAÍDA DO CAMPUS DA UFG. Se há um sentido na morte da Josi (um preço desnecessário a pagar, uma vez
que o risco já era previsto e a proposta de solução oferecida), que seja o de
impedir que outras perdas venham a ocorrer. Aliás, aproveito aqui para deixar a
minha sugestão de se levar o caso ao Ministério Público Federal, a fim de
exigir uma solução junto ao DNIT, se é que tal providência ainda não foi
adotada pela direção do campus.
Fica aqui a
minha dor, como mulher e como sua professora, e a minha solidariedade a todos
os seus familiares, em especial ao pequenino Luís Sérgio, que deverá contar com
o apoio de todas e de todos os que com a sua mãe conviveram e aprenderam a
admirar e respeitar.
Que vá em
paz, querida Josi.
Professora
Dda. Rosane Lacerda.Curso de Direito, Campus Jataí da UFG
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