28 setembro 2011

Aumento de renda não reduz desigualdades de gênero, diz relatório do Bird

Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil

Brasília – Um relatório divulgado pelo Banco Mundial (Bird) aponta que políticas voltadas para o crescimento econômico e para o aumento da renda de um país, por si só, não reduzem as desigualdades de gênero. De acordo com o órgão, uma maior igualdade entre homens e mulheres pode aumentar a produtividade em até 25%.

O documento, intitulado Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial de 2012, destaca que o desenvolvimento tem resolvido alguns problemas em áreas como educação – nas escolas de ensino médio, as meninas já ultrapassam os meninos em 45 países e há mais jovens do sexo feminino do que do sexo masculino nas universidades de 60 países.

Outro destaque trata do aumento da expectativa de vida das mulheres, já que, desde 1980, elas vivem mais do que os homens em todas as partes do mundo. Mesmo nos países de baixa renda, as mulheres vivem em média 20 anos a mais do que em 1960.

O Bird ressaltou ainda que mais de 500 milhões de mulheres ingressaram no mercado de trabalho em todo o mundo nos últimos 30 anos.

Entretanto, o relatório indicou hiatos que permanecem, mesmo em países ricos, como o excesso de mortes de meninas e mulheres. Dados indicam que as mulheres têm maior probabilidade de morrer, em relação aos homens, em países de baixa, média e alta renda. As mortes são estimadas em cerca de 3,9 milhões a cada ano para mulheres abaixo dos 60 anos.

O acesso desigual a oportunidades econômicas também foi citado pelo Bird, que apontou que as mulheres têm mais probabilidade de ter um trabalho não remunerado do que os homens, além de maior chance de trabalhar em terrenos menores e em cultivos menos lucrativos e de dirigir empresas menores e setores com menos remuneração.

Por fim, o documento indicou as diferenças de participação entre homens e mulheres em casa e na sociedade, destacando que, em muitos países, as mulheres têm menor participação ativa nas decisões e menos controle sobre os recursos da família, além de participarem menos da política formal e de serem sub-representadas em escalões superiores.

Edição: Lílian Beraldo

Banco Mundial pede mais financiamento e parcerias eficazes para reduzir desigualdades de gênero

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Banco Mundial (Bird) cobrou maior participação da comunidade internacional no combate às desigualdades de gênero. O órgão reconheceu a importância de políticas internas adotadas pelos países, mas avaliou que a comunidade internacional pode desempenhar um papel mais decisivo nesses esforços.

Um relatório divulgado pelo Bird aponta que o crescimento econômico tem provocado mudanças positivas, mas que hiatos como o excesso de mortes de meninas e mulheres e o acesso desigual das mulheres a oportunidades econômicas permanecem, mesmo em países ricos.

O documento cita a necessidade de uma ação nova ou adicional em frentes múltiplas – algum tipo de combinação que inclua maior financiamento, esforços coordenados para promover inovação e aprendizagem e parcerias mais eficazes.

“O financiamento deve ser direcionado especialmente para ajudar os países mais pobres a reduzir o excesso de mortes de meninas e mulheres [por meio de investimentos em água potável e serviços de saúde materna] e hiatos de gênero em educação”, destacou o Bird.

As parcerias, de acordo com o relatório, devem ir além de governos e órgãos de desenvolvimento e incluir o setor privado, organizações da sociedade civil e instituições acadêmicas em países ricos e em desenvolvimento.

O órgão ressaltou que é preciso maior apoio também para melhorar a disponibilidade de dados sobre gênero e promover avaliações sistemáticas de mecanismos para melhorar o acesso de mulheres a mercados, serviços e à Justiça.

Edição: Lílian Beraldo

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