Unidade
Carlos Drummond de Andrade
As plantas sofrem como nós sofremos.
Por que não sofreriam
se esta é a chave do mundo?
A flor sofre, tocada
por mão inconsciente.
Há uma queixa abafada
Em sua docilidade.
A pedra é sofrimento
paralítico, eterno.
Não temos nós, os animais,
sequer o privilégio de sofrer.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Farewell. São Paulo: Record, 1996; p. 13)
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