Rafael
Condenado a cinco anos de prisão por
carregar pinho sol e água sanitária durante as manifestações de junho. O
Ministério Público e a Justiça consideraram que o catador de material
reciclável iria fazer um coquetel molotov.
Maria Aparecida
Mandada para a cadeia por ter furtado um xampu e um condicionador em um supermercado. Perdeu um olho enquanto estava presa.
Sueli
Condenada pelo roubo de dois pacotes de bolacha e um queijo minas em uma loja.
Januário
Espancado
por cinco seguranças, durante 20 minutos, no estacionamento de um
hipermercado. Acharam que o vigilante estava roubando o próprio
automóvel.
Domingos
Assassinado ao tentar
entrar em uma agência bancária. Não adiantou ele mostrar um documento
comprovando que usava um marca-passo, o que faria a porta-giratória
apita, mesmo assim levou bala.
Franciely
Acusada de ter roubado duas canetas mesmo após ter mostrado o comprovante de pagamento por ambas em um hipermercado.
Ademir
Assassinado
por ter furtado coxinhas, pães de queijo e creme para cabelo de um
supermercado. O pedreiro foi levado a um banheiro, agredido com chutes,
socos e um rodo e deixado trancado, definhando. Morreu por hemorragia
interna e traumatismos.
Maria Baixinha
Assassinada
por espancamento, junto a outras seis pessoas em situação de rua, no
Centro de São Paulo. Na época, policiais militares e seguranças privados
foram apontados como responsáveis, formando uma espécie de grupo de
extermínio.
Valdete
Condenada a dois anos de
prisão em regime fechado por ter roubado caixas de chiclete. Teve um
habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal, pois o princípio da
insignificância não se aplicaria, afinal não era para saciar a fome.
Walter
Espancado
em uma cela para que confessasse o furto de uma máquina de lavar do
desembargador Teodomiro Fernandez, crime que ele não cometeu. Cuspindo
sangue, pediu pediu que o magistrado fizesse o investigador de polícia
interromper a sessão de tortura. “Ele vai parar, quem vai bater agora
sou eu”, foi a resposta. Ambos não foram para a cadeia porque o crime
prescreveu.
Mas, calma, não precisa se preocupar. Estado e
empresas só agiram dessa forma porque esse pessoal era pobre. Se você
não se enquadra nessa categoria (e também não é negro, índio,
homossexual, transexual, mulher…), fique tranquilo. Mesmo que tenha
antecedentes. O Brasil foi feito para você e continua a ser o país mais
legal do mundo.
E vai ter Copa!
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